E te peço desculpas por te amar
assim, tão de repente.
Pelos pensamentos indecentes,
que fecham sua janela,
para poder te ver em minha cela,
na penunbra de teu quarto.
Roupão aberto,Bebel G e sua voz
ao fundo,um mundo inteiro
para descobrir,você a se abrir,
você a me abrir em pétalas,
em flores, em perguntas...
Peço desculpa por bordar
esta cena em minha imaginação,
e em teu colchão,eu tão amante,
a procurar rosas para beijar em ti.
Sim, sinto por desejar beber
tua boca em meus sussurros,
e no escuro, teu pescoço e corpo,
recheios de meu prazer sonhado,
sentido, concebido em solidão.
Paixão entre tuas pernas,
riacho onde me acho e
preciso me encontrar tão pura.
Peço perdão por voar alto,
mas, infelizmente, são simples voos
solitários, vazios, inscritos no frio,
no cio de minha paixão.
Sinto tanto, sinto muito por você
olhar tão pouco em minha alma,
sinto por sua calma desconfiança.
Sinto por esta dança sem par.
Sinfonia desafinada,ária
de uma voz em dor.
Sim, sinto muito, meu amor...
E por tanto sentir,
encontro-me aqui
em perfeito descaminho
enquanto minha pele te chama,
te comunga, te conclama.
Chama a se extinguir,
percebo você sumir, percebo
o gelo se solidificar.
Entre minhas paredes, ergo
uma casa no ar, e sem
pressa, penso em mudar.
O ar engolindo minha última flor,
teu distante calor e tudo que
pode levar.
E em última tentativa, te gritei
mais uma vez a tua importância em
minha vida...
Sol enfraqueceu meus olhos,
nada mais para ver.
Perdão,eu não queria amar você.