quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

"Então fingirás - aplicadamente,
fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente,
que as coisas sempre se renovam.
Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho.
Achando graça, pensarás com inveja na largatixa,
regenerando sua própria cauda cortada.
Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça."






terça-feira, 6 de dezembro de 2011



“Coragem, às vezes, é desapego.
 É parar de se esticar, em vão,
para trazer a linha de volta.
É aceitar doer inteiro até florir de novo."

sábado, 26 de novembro de 2011


"Só nos tornamos adultos quando perdemos o medo de errar.
Não somos apenas a soma das nossas escolhas,
 mas também das nossas renúncias.
 Crescer é tomar decisões e depois conviver em paz com a dúvida. Adolescentes prorrogam suas escolhas porque querem ter certeza absoluta – errar lhes parece a morte.
Adultos sabem que nunca terão certeza absoluta de nada,
e sabem também que só a morte física é definitiva.
Já “morreram” diante de fracassos e frustrações,
e voltaram pra vida.
Ao entender que é normal morrer várias vezes numa única existência, perdemos o medo –
e finalmente crescemos."


"Estou aqui, serei eu mesma, sempre.
Com defeitos, qualidades, riso, choro,
carne, osso e complicações!"


"Todos os dias,
 logo cedo dou uma piscadinha para Deus e peço:
Tomara que as nossas vontades coincidam.
E se não coincidirem,
que a Sua prevaleça..."

sábado, 24 de setembro de 2011

 
Quem nunca teve medo?
Quem nunca ficou assustado?
Mesmo quando não era nada...
...e nada era sempre o mais assustador.
 
 

terça-feira, 20 de setembro de 2011


Quando partiu, levava as mãos no bolso, a cabeça erguida. 
Não olhava para trás, porque olhar para trás era uma maneira de ficar num pedaço qualquer para partir incompleto, 
ficado em meio para trás.
Não olhava, pois, e pois não ficava.
Completo partiu.
"É que hoje eu preciso acreditar um pouco mais. 
Acho uma beleza essa coisa de amanhecer essência. (…)
Hoje vou viver pra esperança, pra coisas bonitas e sorrisos largos. Mesmo que tudo dê pra trás.
Hoje vou andar de mãos dadas com meu anjo da guarda e
prometo me esforçar pra ser boa.
Hoje vou viver na Terra cheia de Céu
(...)

sábado, 30 de julho de 2011


Mas é por esses caminhos que parecem tortos que você 
tem que caminhar, e as coisas vêm ao seu encontro.

Estou cansada.
 Vazia.
Desgastada,
 o coração desgasta de sofrer,
sei disso.


 
"Tinha terminado
então.
Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, 
sempre sabe exatamente quando termina."

quarta-feira, 27 de julho de 2011

“Quis que te esquecesses de mim. 
Eu sei que não foi bem assim,
mas foi assim que o senti violentamente 
quando o telefone deixou de tocar”.


Menino, menino tenho uma enorme ternura por você e para mim é muito difícil isolar essa ternura da razão quando te escrevo 
(…) nós vamos nos ver, nós vamos conversar, sair juntos provavelmente nos tocar e de repente tudo pode realmente ser. 
Ou não.
Mas de jeito nenhum quero, sei lá, ser irresponsável ou não medir as conseqüências dum negócio que pode ser muito sério (…)
Quero muito te amar e me encontrar contigo, 
mas não sei se conseguiremos… tenho medo.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Caio Fernando Abreu

 
Procuro sinais de algum amor teu.
Vestígios de noites passadas.
Tu não me vês, estou incógnita a te observar. 
Como sempre estive, olhando pelas janelas,
de longe, coração apertado. 
Nós poderíamos ser amigos e trocar confidências.
Assistiríamos a filmes, taça de vinho nas mãos, 
e tu me detalharias as tuas paixões e desatinos. 
Nós poderíamos ser amantes que bebem champanhe pela manhã aos beijos num hotel em Paris. 
Caminharíamos pela beira do Sena, e eu te olharia atenta, 
numa tentativa indisfarçável de gravar o momento e guardá-lo comigo até o fim dos meus dias.
Ou poderíamos ser apenas o que somos, duas pessoas com uma ligação estranha, sutilezas e asperezas subentendidas, possibilidades de surpresas boas. Ou não. Difícil saber. 
Bato minhas asas em retirada.
Tu dormes, e nos teus sonhos mais secretos, não posso entrar. Embora queira.
À distância, permaneço te contemplando.
E me pergunto se, quem sabe um dia, na hora certa,
nosso encontro pode acontecer inteiro. 
Porque tu és o único que habita a minha solidão.

sábado, 9 de julho de 2011

 
O que tem de ser, tem muita força. 
Ninguém precisa se assustar com a distância,
os afastamentos que acontecem.
Tudo volta! 
E voltam mais bonitas, mais maduras, 
voltam quando tem de voltar, voltam quando é pra ser
Acontece que entre o ainda-não-é-hora e nossa-hora-chegou, 
muita gente se perde.
Não se perca, viu?