a cena que viria
era o início de tarde qualquer,dos que não se adivinha
a temperatura
não havia temporal,não era feriado nem véspera de
nada
e não há fosfato que me faça lembrar que roupa estava
usando
pois neste histo de tempo em que não chovia nem
molhava
em que frases arrastavam-se lentamente uma a uma
é que aconteceu o inesperado de uma vida,um divisor
de águas
entre a mulher saúdavel que eu era e a mulher que eu sangraria
não durou nem dois minutos,não houve violência,
parece até que havia música
algo dito em voz baixa calou fundo num ponto ainda
agreste do meu lado esquerdo
não recordo se era quinta ou sexta,se foi,se foi a sete ou oito anos,
e os porquês
só sei que fui despida bruscamente e desconfio que já
não usava roupa alguma
(lembro perfeitamente do dia,como se fosse hoje,o dia em que comecei a sangrar...)