sábado, 30 de julho de 2011


Mas é por esses caminhos que parecem tortos que você 
tem que caminhar, e as coisas vêm ao seu encontro.

Estou cansada.
 Vazia.
Desgastada,
 o coração desgasta de sofrer,
sei disso.


 
"Tinha terminado
então.
Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, 
sempre sabe exatamente quando termina."

quarta-feira, 27 de julho de 2011

“Quis que te esquecesses de mim. 
Eu sei que não foi bem assim,
mas foi assim que o senti violentamente 
quando o telefone deixou de tocar”.


Menino, menino tenho uma enorme ternura por você e para mim é muito difícil isolar essa ternura da razão quando te escrevo 
(…) nós vamos nos ver, nós vamos conversar, sair juntos provavelmente nos tocar e de repente tudo pode realmente ser. 
Ou não.
Mas de jeito nenhum quero, sei lá, ser irresponsável ou não medir as conseqüências dum negócio que pode ser muito sério (…)
Quero muito te amar e me encontrar contigo, 
mas não sei se conseguiremos… tenho medo.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Caio Fernando Abreu

 
Procuro sinais de algum amor teu.
Vestígios de noites passadas.
Tu não me vês, estou incógnita a te observar. 
Como sempre estive, olhando pelas janelas,
de longe, coração apertado. 
Nós poderíamos ser amigos e trocar confidências.
Assistiríamos a filmes, taça de vinho nas mãos, 
e tu me detalharias as tuas paixões e desatinos. 
Nós poderíamos ser amantes que bebem champanhe pela manhã aos beijos num hotel em Paris. 
Caminharíamos pela beira do Sena, e eu te olharia atenta, 
numa tentativa indisfarçável de gravar o momento e guardá-lo comigo até o fim dos meus dias.
Ou poderíamos ser apenas o que somos, duas pessoas com uma ligação estranha, sutilezas e asperezas subentendidas, possibilidades de surpresas boas. Ou não. Difícil saber. 
Bato minhas asas em retirada.
Tu dormes, e nos teus sonhos mais secretos, não posso entrar. Embora queira.
À distância, permaneço te contemplando.
E me pergunto se, quem sabe um dia, na hora certa,
nosso encontro pode acontecer inteiro. 
Porque tu és o único que habita a minha solidão.

sábado, 9 de julho de 2011

 
O que tem de ser, tem muita força. 
Ninguém precisa se assustar com a distância,
os afastamentos que acontecem.
Tudo volta! 
E voltam mais bonitas, mais maduras, 
voltam quando tem de voltar, voltam quando é pra ser
Acontece que entre o ainda-não-é-hora e nossa-hora-chegou, 
muita gente se perde.
Não se perca, viu?

sábado, 2 de julho de 2011

 
Todo esse tempo de dor que eu passei andando por aí, todo esse tempo que eu tentei gritar a palavra amor bem alto.
Pra ver se me convencia de uma vez do significado implícito nessas quatro letras. 
Esfregando na cara das pessoas as coisas boas que eu tinha, mas não conseguia mostrar.
Até que o tempo enfim foi me vencendo, sob o olhar condescendente das pessoas que eu mais detestava. 
É duro reconhecer que todo esse sofrimento foi em vão, porque não existe vida quando a gente está triste e só e ninguém quer saber de quem está por baixo.
Não vale a pena sofrer, meu amor, de tudo o que eu passei, 
essa foi a única lição.
 


Hoje decidi que estou prestes a assumir meu coração vazio. 
Não decidi isso movida por uma grande coragem ou por um momento de iluminação. 
Nada grandioso aconteceu.
Apenas sinto que dei um pequeno, quase imperceptível,
passo para uma vida mais madura.
Eu simplesmente não suporto mais pintar o céu de cor-de-rosa para achar que vale a pena sair da cama. 
Não posso mais emprestar mistério ao vazio, 
vida ao oco, esperança ao defunto, saliva ao seco. 
E, finalmente, 
não posso mais inventar amor só para poder falar dele.



 
E será inútil esforçar-se para esquecer - tudo o que um dia se misturou carregará consigo partículas do outro.
Talvez venha o arrependimento, o recomeço, as cores voltem a brilhar como antes - mas não se pode contar com isso.
Não se pode contar com nada. 
O único caminho viável é viver e correr o sagrado risco do acaso. 
E substituir o destino pela probabilidade.
 
 
Há tempos estou vivendo uma estória-de-amor-impossível que rebenta a saúde: sei que não dá pé de jeito nenhum e não consigo me libertar, esquecer. 
A impressão que tenho é que nunca vai passar. 
Que a cicatriz não fecha. 
Que só de esbarrar, sangra. 
Ainda me perco e só reencontro os velhos caminhos. 
Mas não vou. Nunca vou. Nem irei.
 
 
Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já nem lembro, 
a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei. 
Meu mundo se resume ao encontro do que é terra e fogo dentro de mim, onde não me enxergo, mas me sinto.